Emily Wilde’s Map of the Otherlands é o segundo livro da trilogia Emily Wilde, escrito pela autora canadense Heather Fawcett, e dá continuidade às aventuras cientificamente mágicas da pesquisadora de campo e driadologista Emily Wilde.
Infelizmente, ainda não há previsão de lançamento deste livro no Brasil.
Obs: Esta resenha conterá spoilers do livro anterior, Enciclopédia das Fadas de Emily Wilde.
Do que se trata o livro
Assim como o primeiro livro, esta história de fantasia aconchegante mantém o estilo de diário de viagem, escrito pela própria Emily.
Desta vez, porém, a expedição de Emily a leva aos Alpes Suíços, em uma vila afastada onde décadas antes a mais renomada e corajosa pesquisadora de driadologia desapareceu junto de seu colega.
Embora movida pela mesma curiosidade insaciável que a levou para Ljosland, desta vez a viagem de Emily tem um tom muito mais pessoal: Wendell Bambleby, príncipe exilado de um dos mais misteriosos reinos das fadas, foi amaldiçoado pela usurpadora de seu trono (e madrasta), e a única forma de salvá-lo é encontrando uma entrada para o seu reino.
O problema? O reino de Wendell é um dos mais bem escondidos e perigosos, e a possível porta que leva a ele nos Alpes nunca foi localizada, sendo considerada até mesmo uma lenda ou história para assustar crianças.
Para salvar seu amado de uma morte lenta e dolorosa, Emily precisará fazer história.
Ela terá de ser mais capaz que seus lendários antecessores driadologistas, e fazer em algumas semanas o que eles não fizeram em anos.
“O pé não cabia na minha mala.”
Emily Wilde
Sobre os personagens
Diferente do primeiro livro, Emily Wilde’s Map of the Otherlands começa de forma muito mais eletrizante, quando soldados sinistros a mando da madrasta de Wendell atacam a universidade de Cambridge, onde Emily e Wendell lecionam.

Emily continua sendo uma protagonista muito cativante e divertida. Ainda seca, socialmente brusca e insaciavelmente curiosa, ela continua sendo o coração e o cérebro da história.
Embora muito do que ela estude seja mais do que absurdo, sua metodologia analítica e detalhada faz com que, lá no fundo, seja possível acreditar que a driadologia seja real.
O humor continua perfeitamente colocado, se aproveitando da imprudência de Emily e a leveza de espírito de Wendell mesmo diante de sua morte cada vez mais iminente! Além disso, a adição de dois novos personagens traz uma nova dinâmica de grupo que Emily luta para se adaptar, o que torna toda a situação, ainda que urgente, mais divertida.
Entra em cena Ferris Rose, acadêmico experiente e professor antigo de Cambridge. Por ser um pesquisador de driadologista de longa data, alguns de seus métodos são arcaicos e suas opiniões sobre fadas em geral são conservadoras demais para o gosto de Emily.
Ao mesmo tempo em que Emily o respeita e admira, ela também não o suporta, pois ele constantemente questiona sua metodologia e, mais importante, seu viés de estudo e sanidade por estar considerando se tornar noiva de Wendell, um príncipe do mundo das fadas.
“Você está agindo como uma completa tola.”
Ferris Rose
A segunda adição à equipe é Ariadne, sobrinha de Emily e grande entusiasta da driadologia e do trabalho de Emily como um todo, para tristeza de seu pai. Ela recentemente entrou em Cambridge para estudar a área da driadologia e, contra sua vontade, mas para não enfurecer o seu irmão e mantê-la segura, Emily a aceitou como assistente.
Ariadne é empolgada, interessada, animada e falante – e Emily não sabe lidar com ela.
Seu entusiasmo a torna imprudente e ingênua, o que irrita Emily. Mais vezes do que não, Emily é excessivamente rígida e impaciente com Ariadne, e embora ela saiba que está sendo irracional, a pressão de salvar Wendell e de descobrir onde seu reino se esconde a deixa incapaz de parar.

Já a morte certa e dolorosa se aproximando não impedem Wendell de ser o personagem mais divertido e engraçado do livro. Apesar do veneno percorrendo suas veias o deixar acamado e os seus poderes imprevisíveis, Wendell não tem medo algum de morrer.
Ele sabe que Emily será capaz de salvá-lo.

A dinâmica de Emily e Wendell continua fofa e engraçada. Entre troca de farpas, flertes e discussões unilateralmente (do lado de Emily, é claro) intelectuais, o casal continua sendo o ponto alto do livro.
Dito isso, devido à condição enferma de Wendell, ele acaba tendo bem menos participação ativa na história, o que torna as interações deles menos reduzidas, o que senti muita falta ao longo da leitura!
“- Você enfeitiçou meu lápis? – Eu exigi saber.
Eu enfeiticei todos os seus lápis, – ele disse sem abrir os olhos. – Você sempre carrega pelo menos um consigo.”
Sobre a trama
Embora ainda relativamente simples, a trama deste livro é um pouco mais elaborada e complexa do que a de A Enciclopédia das Fadas de Emily Wilde.
Evidências e pesquisas por livros de driadologia, bem como diários sobre o desaparecimento de uma especialista nos Alpes décadas atrás, deixam Emily com certeza de que há uma entrada oculta ao reino de Wendell escondida em algum lugar na vasta região.
E é em meio a organização do casal para ir aos Alpes que a madrasta de Wendell envia cavaleiros-fada assustadores e poderosos para matá-lo.
Embora consigam derrotar as pavorosas criaturas, Wendell acaba envenenado, o que dá uma nova urgência à busca pelo seu lar: não há remédio possível para curá-lo no mundo dos mortais. O único jeito de salvá-lo é encontrando um antídoto vindo de seu próprio reino, do qual ele foi exilado há muitos e muitos anos.
A corrida contra o tempo é iminente. Com a ajuda de colegas driadologistas, será Emily capaz de fazer história antes que seu amado encontre um doloroso fim?
E como se isso não fosse pressão o suficiente, ela ainda precisa decidir se irá aceitar o súbito pedido de casamento de Wendell.
Além disso, com o montante cada vez maior de evidências que apontam que é uma péssima ideia se casar com uma fada, o que Emily irá seguir, seu cérebro ou o seu coração?
“Em, preciso confessar – estou encantado por você. Acredito que eu também esteja um pouco apavorado.”
Wendell
Sinopse de Emily Wilde’s Map of the Otherlands

Título: Emily Wilde’s Map to the Otherlands
Autora: Heather Fawcett
Editora: Del Rey Books
Lançamento original: 2024
Sinopse: “Emily Wilde é uma genial estudiosa do folclore das fadas que acaba de escrever a primeira enciclopédia abrangente sobre fadas do mundo. Ela aprendeu muitos dos segredos dos Ocultos em suas aventuras… e também com seu colega e antigo rival Wendell Bambleby.
Porque Bambleby é mais do que irritantemente charmoso. Ele é um rei das fadas exilado, fugindo de sua mãe assassina e em busca de uma porta de volta para seu reino. E, apesar dos sentimentos de Emily por Bambleby, ela não está pronta para aceitar sua proposta de casamento: amar alguém do Povo das Fadas traz segredos e perigos.
Ela também tem um novo projeto para se concentrar: um mapa dos reinos das fadas. Enquanto prepara sua pesquisa, Bambleby a coloca em apuros mais uma vez, quando assassinos enviados por sua mãe invadem Cambridge. Agora, Bambleby e Emily embarcam em mais uma aventura, desta vez nos pitorescos Alpes Austríacos, onde Emily acredita que eles podem encontrar a porta para o reino de Bambleby e a chave para libertá-lo dos planos sombrios de sua família.
Mas, com novos relacionamentos para a espinhosa Emily navegar e pessoas perigosas espreitando em cada floresta e vale, Emily precisa desvendar o misterioso funcionamento das portas das fadas e do seu próprio coração.”
Avaliação de Emily Wilde's Map of the Otherlands
Lados positivos
- Emily continua sendo uma protagonista excelente, proativa e sagaz;
- Mistério intrigante e inteligente;
- Boa resolução à história;
- O personagem de Ferris Rose é muito interessante e uma antítese ao estilo de Emily.
Lados negativos
- Resolução da trama meio anticlimática
- Poucas interações marcantes entre Emily e Wendell;
- Alguns trechos onde parece que nada está acontecendo.







