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    Ficção

    Resenha: O Físico, de Noah Gordon

    Jael Jaime RainertPor Jael Jaime Rainert17 de julho de 20246 Min de leitura
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    O Físico, escrito por Noah Gordon, conta a história do inglês Rob Cole, um órfão aprendiz de barbeiro-cirurgião que, no século XI, desejava se tornar um grande médico. Para isso, ele arrisca sua vida viajando para o coração do mundo árabe, onde a arte da medicina é ensinada.

    A história

    O livro tem início na Inglaterra, apresentando a infância de Rob Cole, a morte de seus pais e adoção de seus irmãos menores.

    Agora órfão e sozinho, ele passa a ser cuidado por um barbeiro-cirurgião, profissão que durante a idade média era a responsável por tratamentos, cirurgias e as famosas, e polêmicas, sangrias.

    Franz Anton Maulbertsch’s The Quack (c. 1785) mostra barbeiros-cirurgiões ao trabalho (fonte Wikipédia)

    As sangrias eram um método usado pela medicina que consiste em retirar sangue (com cortes ou sanguessugas) para tratar doenças. Essa prática era muito comum na idade média e era baseada em teorias antigas em que os fluidos do corpo precisavam ser equilibrados.

    Obviamente, em situações específicas, esse tratamento é adequado, mas, na época em que o livro se passa, a sangria era usada de forma deliberada para qualquer coisa.

    Pacientes que já estavam fracos podiam chegar a óbito devido à perda de sangue.

    Esse método gera repulsa em Rob, que, agora como aprendiz do barbeiro-cirurgião, se apaixona pela profissão e trata seus pacientes de uma maneira muito melhor do que viu acontecer com seu pai.

    Na Europa, a medicina ainda era algo rudimentar, limitado por crenças antigas e a religião. Quando Rob descobre que no oriente médio a medicina ensinada é muito mais avançada, ele parte para essa jornada.

    Um dos problemas iniciais é que o oriente médio é o território dos muçulmanos, que no máximo toleram os judeus. Os cristãos como Rob eram proibidos e, caso adentrem suas terras, mortos.

    O conhecimento oriental

    O livro é uma grande aventura em busca do conhecimento. Rob Cole descobre em seus estudos como aprendiz uma paixão pela medicina, e decide ir além.

    “Poderia aprender mais? Quanto se podia aprender? Como seria, perguntava a si mesmo, aprender tudo o que tinham para ensinar? Pela primeira vez, reconheceu no seu íntimo o desejo de ser médico.”

    O Físico

    Vale lembrar que a Idade Média foi um período histórico que abrangeu os séculos V a XV na Europa. Muitas vezes, o termo “Idade das Trevas” é utilizado de forma pejorativa, dando a entender que foi uma época com falta de progresso.

    Idade Média
    Reprodução: History Channel

    No entanto, os historiadores contestam essa visão, pois houveram, sim, grandes avanços em diversas áreas. Mas, quando falamos da medicina, o Oriente Médio era muito mais adiantado comparado a Europa, que ainda era baseado em textos antigos e muito preso à religião cristã.

    Hoje, visto com muito preconceito por parte da cultura ocidental, o Oriente Médio não recebe os devidos méritos. Seus estudos influenciaram a medicina na Europa. Portanto, além de ser avançada na eṕoca, a medicina do Oriente Médio impactou o desenvolvimento dessa área como conhecemos hoje.

    Abu Ali al-Husain ibn Abdala ibn Sina, abreviado como Ibn Sina (no Ocidente chamado de Avicena) é uma figura histórica real, importantíssima para a história da medicina. Ele está presente no livro desempenhando um grande papel para a trajetória do protagonista.

    Ibn Sina, o príncipe dos médicos
    Ibn Sina, o príncipe dos médicos

    Ibn Sina deixou um legado duradouro com sua principal obra, o “Cânone da Medicina” (al-Qanun fi’l-Tibb), que permaneceu como um manual essencial nas universidades europeias e do mundo islâmico até o início da era moderna.

    O príncipe dos médicos, como era conhecido, embora proeminente na história da medicina e da filosofia islâmica, não é amplamente reconhecido no Ocidente em comparação com cientistas e pensadores ocidentais, como Albert Einstein, Stephen Hawking ou Charles Darwin.

    Isso se deve, em parte, à falta de divulgação e estudo de suas obras e contribuições fora dos círculos acadêmicos.

    Enquanto as figuras ocidentais anteriormente mencionadas são frequentemente ensinadas em escolas e amplamente divulgadas na cultura popular, Ibn Sina e outros pensadores islâmicos muitas vezes não recebem o mesmo destaque, resultando em um conhecimento limitado de suas realizações e impactos significativos na ciência e no pensamento filosófico.

    Essa falta de reconhecimento destaca a importância de uma educação mais abrangente e inclusiva sobre as contribuições de diferentes culturas e períodos históricos para o desenvolvimento do conhecimento humano.

    Por isso, a história de “O Físico” ser ambientada no oriente médio durante a idade média foi o que me fez querer ler a obra em primeiro lugar. E descobrir que o livro contém uma figura histórica real como Ibn Sina enriqueceu muito a leitura.

    Misturar figuras reais com personagens fictícios me lembrou de outros autores que fazem isso com maestria, como Bernard Cornwell (As Crônicas Saxônicas) e Ken Follet (Trilogia O Século: Queda de gigantes, Inverno do Mundo e Eternidade por um fio).

    Poster filme  O Físico
    O livro ganhou uma adaptação em 2013, com Ben Kingsley no papel de Ibn Sina. É uma adaptação que, como muitas outras, sofre com cortes devido ao tempo limitado, fazendo com que fosse simplificado demais.

    Ficção histórica… sobrenatural?

    Eu esperava que O Físico fosse um livro 100% histórico, obviamente com certas liberdades que o autor tomaria para abordar o período.

    Mas em alguns momentos parecia que o livro iria para um lado sobrenatural… e foi aí que comecei a me preocupar.

    Rob possui o dom de prever a morte de seus pacientes, com apenas um toque. Isso é revelado logo no começo, mas eu ainda fiquei na dúvida se era algo real ou apenas uma coincidência do momento. Eu tinha medo de que a questão sobrenatural seria algo importante e principal na obra.

    Acontece que o dom ser algo sobrenatural se confirmou, mas felizmente não era algo recorrente no livro, foi usado apenas algumas vezes.

    Portanto, não chegou a atrapalhar a leitura, por mais que fosse algo que eu eliminaria totalmente.

    Por que o livro se chama “O Físico”?

    Existe uma curiosidade sobre o título do livro.

    Na época do lançamento da obra aqui no Brasil, houveram algumas críticas por causa do título escolhido. Muitos apontaram O médico (Physician, em inglês) como uma tradução correta.

    Porém, antigamente o médico ou cirurgião era chamado de “físico”, diferentemente de hoje, no qual “físico” é o cientista especializado em física. O livro se passa durante a idade média, portanto, está acurado historicamente.

    Conclusão

    Gostei muito da leitura do livro. É muito interessante todo esse misto de culturas sendo apresentadas.

    Também existe um conflito interessantíssimo envolvendo as religiões abraâmicas, com diálogos entre amigos, que possuem, cada um, uma fé diferente.

    “Nós, vocês e o islã, cada um diz que sua religião é a verdadeira.
    Será que nós todos estamos errados?
    -Talvez estejamos todos certos”

    O Físico

    Para quem gosta de culinária, vai adorar as descrições das refeições feitas no livro. A narrativa é enriquecida com esse detalhes, que até ajuda ser mais imersivo na cultura das regiões presentes na história.

    Trilogia

    Ordem dos livros da série Dr. Robert Cole

    Apesar do livro ter uma história com final fechado, O Físico faz parte de uma trilogia que acompanha os descendentes de Rob Cole.

    O segundo livro é Xamã e tem como cenário a guerra civil americana. O terceiro é A Escolha da Dra Cole, que conta a história de uma médica no século XX.

    Avaliação de O Físico

    90%
    90%
    Muito Bom

    O Físico é um livro de ficção histórica que recomendo. A história, que mistura personagens reais e fictícios, traz muitas culturas que não são abordadas normalmente no ocidente.

    Lados positivos
    1. Cultura persa, muçulmana e judaica
    Lados negativos
    1. Elementos sobrenaturais
    • Avaliações dos usuários (0 Votos)
      0
    Ficção histórica Noah Gordon
    Jael Jaime Rainert
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    Apaixonado por boas histórias, não importando onde elas estejam, livros, filmes, séries ou jogos. Tem pouco tempo para a quantidade de hobbies que possui. É professor de história, ama ensinar e aprender. Seus gêneros favoritos são fantasia, histórico e ficção científica.

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