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    Fantasia

    Resenha: A Guerra da Papoula #1, de R. F. Kuang

    Jael Jaime RainertPor Jael Jaime Rainert29 de julho de 2023Atualizado:3 de maio de 20247 Min de leitura
    Resenha de A Guerra da Papoula Vol. 1
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    A Guerra da Papoula (The Poppy War) é o primeiro livro de uma trilogia escrita pela autora R.F. Kuang. Esta fantasia adulta, inspirada na história da China e nas guerras sino-japonesas, traz elementos fantásticos e tópicos sensíveis.

    A história de A Guerra da Papoula se inicia em um período de paz no império Nikara. Porém, anos atrás, havia guerra contra a federação Mugen, que foi derrotada graças ao poder de três heróis com poderes divinos.

    Esse grande evento ficou conhecido como Segunda Guerra da Papoula. A paz de agora é algo que muitos acreditam ser momentâneo, e que é só questão de tempo para estourar a terceira guerra.

    Rin, de órfã a integrante da Academia de Sinegard

    Ilustração de Rin, de A guerra da Papoula #1

    O livro é centrado em Rin, uma órfã de guerra que vive com uma família adotiva negligente. Ela decide fazer uma prova para entrar na Academia de Sinegard, onde os maiores generais e soldados de guerra são formados. Rin acredita que essa é a oportunidade de mostrar todo o seu potencial.

    Porém passar na prova e entrar nessa renomada academia foi o primeiro desafio que ela enfrentou, já que outros estudantes acham que uma pessoa pobre, de pele escura e sem família importante, não merecia frequentar o centro de estudo.

    Desprezada pelos colegas e até alguns professores, Rin vai precisar treinar e estudar muito mais que os outros, mostrando sua competência e tomando muito mais cuidado para não ser expulsa e acabar com seus sonhos de mudar seu destino.

    “Vocês sempre acham que estão destinados a algo, seja tragédia ou grandeza. O destino é um mito. O destino é o único mito. Os deuses não fazem escolhas. São vocês que escolhem.”

    Onde entra a Fantasia

    Ilustração de A Guerra da Papoula

    No início a fantasia não é tão aparente e muita coisa até parece algo relacionado às lendas. Mas, com o passar das páginas, A Guerra da Papoula se mostra como uma grande fantasia que não tem medo de usar vários elementos mágicos e fantásticos.

    Além disso, a própria história da guerra é melhor desenvolvida, mostrando que a guerra é muito mais que uma batalha de bem contra o mal e que os personagens transitam na área cinzenta em questões morais.

    A guerra não determina quem tem razão. Ela determina quem sobrevive.

    Não quero falar muito sobre as questões mágicas pois acredito que o leitor aproveitará muito mais conhecendo o que é possível neste mundo. Porém algo que vale citar, e é curioso, é a forma que a autora criou para que os personagens usem seus poderes sobre-humanos.

    As pessoas que conseguem acessar poderes divinos precisam estar mais perto dos deuses. E a forma para que isso aconteça é com o consumo de drogas. É aqui que entra o Ópio, substância obtida da papoula.

    Eventos históricos de A Guerra da Papoula

    A guerra da Papoula tem grandes analogias com a história real chinesa do século XIX e XX. São inúmeras situações em que o leitor poderá se lembrar de fatos que realmente aconteceram na Ásia.

    Começando com as nações citadas, as mais óbvias seriam a nação “Nikan” sendo a China e a “Federação de Mugen” como o Japão. A geografia deixa isso bem claro: Nikan é uma nação continental e Mugen um país insular com várias ilhas, em formato de lua, que muito se assemelha ao país nipônico.

    Comparação entre o mapa de A Guerra da Papoula e o mapa mundial com destaque para China e Japão
    Mapa do livro (disponível no site da Intrínseca) e o mapa real da China e do Japão

    Também são citados os Khans das terras remotas, que poderiam ser os mongóis e russos e também os ocidentais altos, como vários países ocidentais, como Espanha, Portugal e Reino Unido.

    Já sobre o cenário, R. F. Kuang usou principalmente a Segunda Guerra Sino-japonesa como base em sua história.

    Resumidamente foi o conflito em que o Japão, com interesses imperialistas, ocupou o território da China. Inclusive esse evento se confunde com a Segunda Guerra Mundial, já que se inicia um pouco antes e termina com a rendição do Japão aos países aliados.

    As atrocidades cometidas pelo Japão equivalem ao que os Nazistas fizeram com os Judeus no mesmo período. Como exemplo, os experimentos usando chineses como cobaias. A ideia era testar a medicina japonesa em “pessoas descartáveis” para que os japoneses pudessem usufruir dos resultados.

    Nesta questão, o que os Japoneses fizeram é exatamente o que Mugen faz com Nikan. Caso você não conheça essa questão histórica, recomendo ler Os terríveis experimentos japoneses com prisioneiros chineses da Revista Super Interessante.

    O nome Guerra da Papoula e o uso do ópio no país também remetem ao evento real da Guerra do Ópio, que marca vários conflitos entre a China e Grã-Bretanha.

    Juncos chineses sob bombardeio britânico durante a Guerra do Ópio
    Juncos chineses sob bombardeio britânico durante a Guerra do Ópio, em 1841

    Vale lembrar que o livro tem uma classificação indicativa de 18 anos.

    Os avisos de gatilhos, presentes no começo do livro, são para alertar principalmente o que cito a seguir: outro evento notável que a autora buscou colocar em sua obra.

    O Massacre de Nanquim, também muitas vezes chamado de Estupro de Nanquim, foi um acontecimento em que tropas japonesas torturaram e mataram 300 mil chineses com enforcamentos ou fuzilamentos e estupraram cerca de 20 mil mulheres.

    As mulheres, além dos estupros, foram mutiladas e enviadas para bordéis para serem usadas como escravas sexuais, passando a ser chamadas de “mulheres de conforto” pelos japoneses.

    Este evento, que foi transportado para o livro, é uma das partes mais desafiadoras para os leitores. As descrições, apesar de não se alongarem no livro, são terríveis o bastante para chocar e nos fazer pensar como os humanos podem ser, na verdade, monstros.

    Os crimes cometidos pelos japoneses são tão vergonhosos que até hoje o país tenta não tocar no assunto. E por muito tempo no Japão era proibido citar os massacres em livros didáticos. Até hoje os estupros não são citados.

    Conclusão da minha leitura do livro

    Livro A Guerra da Papoula, de RF Kuang

    A Guerra da Papoula é uma história que termina bem diferente de como começa. Se torna impactante e mostra o pior da guerra. O alerta de gatilho no início se mostra muito necessário, porém alguns temas são mais constantes que outros.

    A analogia histórica com o nosso mundo é de longe minha parte favorita.

    Positivamente, o livro se afasta dos clichês dos livros de fantasia onde o protagonista sempre é o portador dos ideais do que é certo, e isso também é um ponto positivo. E é algo que não estava esperando.

    Em vários momentos tive a mesma reflexão de quando estava lendo A Quinta Estação. O massacre e exploração de grupo está além da necessidade material. Genocídios e escravidão ocorrem quando um povo considera o outro como insignificante.

    E “eles” farão de tudo para considerar o “outro” como qualquer coisa – menos humano -, pois assim se torna mais fácil cometer qualquer atrocidade sem remorsos. Aconteceu com centenas de povos, sejam os africanos, judeus e os chineses, esse último como a principal alegoria da história.

    Minha nota: ⭐⭐⭐⭐

    “Eles eram monstros, não eram humanos!
    Já parou para pensar, que era exatamente isso que eles pensavam de nós?”

    A trilogia de A Guerra da Papoula

    A Guerra da Papoula faz parte da trilogia de mesmo nome e possui mais dois livros.

    Se você está na dúvida por onde começar essa leitura, vem conhecer a ordem dos livros de A Guerra da Papoula, uma série que também está na nossa lista de melhores obras de fantasia.

    a guerra da papoula R. F. Kuang
    Jael Jaime Rainert
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    Apaixonado por boas histórias, não importando onde elas estejam, livros, filmes, séries ou jogos. Tem pouco tempo para a quantidade de hobbies que possui. É professor de história, ama ensinar e aprender. Seus gêneros favoritos são fantasia, histórico e ficção científica.

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