Resenha: Herança, Ciclo A Herança #4

Vamos falar do livro Herança, a finalização da história de Eragon, de Christopher Paolini, e um livro que podia ser metade do seu tamanho?

Não me entenda mal. O fim da história de cavaleiro e dragão é ótimo e termina como deveria ser, mas a quantidade de narrativas intercaladas com os momentos realmente importantes do enredo chega a ser perturbador. 

O momento final da guerra

Eragon, mesmo agora depois de tanto tempo se preparando para esse momento, ainda não sabe como irá lidar com Galbatorix. Nem ele e seus companheiros têm muita esperança de que derrotar o rei seja, no mínimo, possível.

Esse é o tom da narrativa de Herança: um lugar de medo e insegura. Uma busca por uma resposta ou uma chave final que irá tornar possível entrar na cidade de Uru’baen e derrubar o rei do trono. 

O desespero está literalmente na cabeça de todo mundo: o rei é forte demais, e a gente só está aqui porque ele quis que fosse assim.

E Eragon, que nem mesmo consegue derrotar Murtagh, ainda precisa tomar decisões e tornar isso possível.

Então, de certa forma, ele ainda precisa descobrir muitas coisas.

Com certeza o volume mais enrolado de todos

E aí que vem o problema. Ao tentar trazer essa ansiedade dos personagens e lentidão de acontecimentos, por assim dizer, a narrativa ficou focada em detalhes muito pequenos.

É claro que a guerra também possui momentos de calmaria. Cercos, por exemplo, levam tempo e as coisas ficam meio paradas mesmo. Mas não há necessidade de impor esse mesmo ritmo entediante no leitor também. 

O final poderia ter sido bastante resumido, na minha opinião.

Um final com sentimento agridoce para o ciclo da Herança

O último livro de uma série deve ser aquele que tudo se encaixa e te despede do universo e dos personagens. E é exatamente assim com Herança.

O livro entrega um final, mesmo que ele seja, em geral, bastante previsível.

Mas é a despedida, embutida no enredo, que deixa a leitura um pouco triste. O próprio Eragon se sente assim, já que é ele que precisa lidar com as consequências e a responsabilidade do que está adiante.

Parece que ele também não quer dar tchau, de certa forma.

Sendo sincera, algumas partes eu fiquei pensando o quão aquilo era necessário, mas no fim, para mim, o sentimento que ficou foi “era o jeito que as coisas deveriam ser”.

 Ainda um final positivo e recompensador

Enfim, é difícil dar tchau aos personagens e ao universo de Alagaësia depois de tanto tempo. Principalmente quanto todo um novo arco fica em aberto e disponível para futuras continuações.

Sim, todos os defeitos e enrolação são compensados com detalhes e mais detalhes de personagens, lutas e sentimentos envolvidos com toda esta trama. Como é de se esperar do jeito Christopher Paolini de escrever.

Todo o ciclo com certeza vai continuar morando no meu coração, e vou continuar acompanhando os novos livros aqui com vocês (espia aqui tudo sobre o novo livro, Murtagh, no guia sobre os livros de Eragon).

A experiência de reler essa série foi incrível, e eu recomendo a todos!

Se você não fizer alguns inimigos de vez em quando, é um covarde, ou pior!

Um extra para quem já leu: um quadrinho daquele momento mais triste das últimas páginas do livro. Para quem não leu, é um spoiler violento – então, esteja avisado hahaha.

Sobre o Ciclo da Herança

Herança é o livro 5 da série de Eragon, chamada de Ciclo da Herança. Mas a série não termina por aqui. Há também uma continuação em formato de contos, já disponível em português, além de um novo livro protagonizado por Murtagh, anunciado pelo escritor, Paolini, em 2023.

Se preferir, esses são os livros que já resenhamos por aqui. Ou clique no botão abaixo e veja nosso guia sobre o ciclo e os próximos lançamentos previstos!

1. Eragon
2. Eldest
3. Brisingr
4. O Garfo, a Bruxa, e o Dragão
5. Murtagh